terça-feira, 30 de janeiro de 2018

Reinauguração do Pedacinho do Céu


A chuva incessante não atrapalhou o renascimento de um dos pontos mais tradicionais do sul da Ilha. Foi reinaugurado na noite desta terça-feira o restaurante Pedacinho do Céu, exatamente um ano depois do incêndio que destruiu totalmente o local e comoveu a comunidade.

— Hoje é o dia de princesa dela — explicou a filha Denise enquanto servia bolinhos de peixe e pastéis de camarão.
Quando chegou com seu tradicional quepe de marinheiro, a capitã foi recebida com muitas palmas.— Eu achei que era querida mas não tanto! Gente de Florianópolis, do Brasil e de muitos países ajudaram a reconstruir o Pedacinho do Céu, que agora não é mais meu, é de todos — discursou a matriarca de 73 anos.
Dona Zenaide de Souza abriu um quiosque de lanches nas areias do Pântano do Sul em 1988 depois de se divorciar. Foi com o sustento do Pedacinho do Céu que criou os oito filhos. Nesse ano de reconstrução, toda a história do restaurante voltou à cabeça da capitã.

— Se eu disser que não senti, vou estar mentindo. Mas eu não me desesperei. Botei logo um quiosque em cima do deck pra recomeçar como eu comecei. A minha vida nunca foi fácil, mas eu não gosto de ficar parada — relembrou a folclórica personagem do sul da Ilha.
Sempre com alegria nos olhos, dona Zenaide era disputadíssima para selfies na festa ontem. E se mesmo com o trágico o incêndio, a capitã não se abalou, não seria uma chuva que iria atrapalhar a reinauguração do Pedacinho do Céu:— Veio pra lavar a alma. Dona Zenaide é personagem folclórica no Pântano do Sul. Atende os clientes com um bom humor de dar inveja, conta histórias e até canta para eles. Ficou famosa em 2015 pelo Rap da Tainha, uma homenagem aos pescadores de Florianópolis. Zenaide é filha de pescador e, por muito tempo, foi a única mulher a exercer a pesca numa comunidade isolada, em meio a 200 homens.

segunda-feira, 6 de março de 2017

Imagens Reconstrução Pedacinho do Céu





Estamos muito agradecidos por todas as contribuições recebidas e com a esperança e alegria de nossa Capitã em breve estaremos compartilhando bons momentos no Pedacinho do Céu!

Contribuições são bem-vindas para sua RECONSTRUÇÃO Obrigado, obrigado, obrigado.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

Reconstrução do Pedacinho do Céu

Colegas, amigos, clientes 


Com muita tristeza e pesar comunicamos que o Bar e Restaurante Pedacinho do Céu sofreu um incêndio na madrugada dessa segunda feira (16/01/2017).
Como é muito difícil escrever sobre dor,  vamos utilizar depoimentos de nossos familiares:


Júlia Oliveira "Não tem como falar do Pedacinho do Céu Restaurante sem contar a história da Dona Zenaide, a capitã. Senhora de 72 anos, moradora do sul da ilha de Florianópolis. Que em uma época difícil decidiu separar-se do marido, superar os tabus existentes até hoje e criar seus 8 filhos sozinha. Mas como, se ganhava muito pouco? Isso não era motivo para essa guerreira, que nunca fugiu da luta. Começou, humildemente, um pequeno quiosque onde vendia seus salgados e dele foi tirando o sustendo para colocar comida na mesa e dar estudo para todos seus filhos. Levava a alegria de viver para o seu restaurante, com comida fresquinha, atendimento de qualidade, muita conversa e música boa. Essa é uma história entre tantas guerreiras e Zenaides que temos por aí. Mas como se não bastasse superar seus dilemas, a personagem dessa história ajuda toda sua comunidade, uma pequena vila de pescadores, gera emprego e contribui com ONGs. Real? Sim, inclusive é minha vó e tenho um orgulho indescritível! Porém, na madrugada de hoje (16/01/2017), o seu sonho pegou fogo, o restaurante deu perda total em poucos minutos. 😢


Se você admira pessoas assim e quer ajudar a reerguer, pode contribuir financeiramente, com ajuda material e até mesmo rezando. Vamos lá pessoal, juntos conseguiremos!"





Luiz Alberto Brinhosa
"A ausência da alegria e das cantorias da Dona Zenaide nas idas e vindas pela praia, está deixando o Pântano triste. Sabemos que ela e a família vão se reerguer. Tem muita gente ajudando de várias formas. Uma séria e bem legal (para quem quiser e puder ) é ajudar na vaquinha para a reconstrução: https://www.vakinha.com.br/v…/reconstruir-o-pedacinho-do-ceu


Depois de superar com muito custo o elemento Água da grande ressaca, veio mais uma paulada pra tirar de letra o elemento Ar na passagem do Ciclone, agora a mobilização de tanta gente pra superar o elemento Fogo. Acho que Deus está exigindo um tempinho de descanso pra Dona Zenaide. Porque tem mais uma luta, que é botar naquele cantinho do elemento Terra, outro Pedacinho do Céu. Então, aproveita descansa e compõe uma nova poesia ou uma nova música pra nós. 

E sorria mulher de fibra."







terça-feira, 15 de setembro de 2015

Senhora do Mar p. 116 Criança Esperança, 30 anos, 30 histórias


Criado em 2004 pelo casal de biólogos Alexandre e Alessandra Castro, o Instituto Ilhas do Brasil foi concebido como uma organização de base comunitária. Contudo, para fincar raízes no Pântano do Sul, era preciso o aval dos moradores locais. Os fundadores do Instituto encontraram na pescadora Zenaide Maria de Souza, de 70 anos, o apoio necessário para conquistar a confiança das famílias. “Sou filha de pescador e a única mulher que exerce a pesca artesanal de tainha aqui na região. Hoje, as empresas grandes vêm aqui com suas traineiras e suas redes, e levam quantidades enormes de peixe, numa velocidade maior do que os peixes se reproduzem”, diz Zenaide. A “capitã”, como gosta de ser chamada, identificou no Instituto uma alternativa para as crianças e os adolescentes do Pântano. Com isso, ela embarcou no sonho de Alexandre e Alessandra e fortaleceu a iniciativa junto à comunidade, além de ter ajudado a elaborar, em 2005, o carro-chefe da ONG: o Estrelas do Mar, projeto que conta com o apoio do Criança Esperança e trabalha diretamente com crianças e adolescentes. A ideia é ensiná-los que os conceitos de sustentabilidade devem ser praticados no dia a dia e, ao mesmo tempo, fomentar o desenvolvimento socioeconômico do Pântano do Sul. “A dona Zenaide representa a história do Instituto”, resume Alessandra.







Uma parte dessa história de três décadas está contada no livro “Criança Esperança: 30 ano, 30 histórias”. O livro é um retrato de como é possível reescrever destinos e superar expectativas. São 30 depoimentos, sendo 25 deles de pessoas que encontram um caminho para romper o ciclo de pobreza e violência em suas comunidades, morros e favelas. Os outros cinco são de coordenadores de projetos apoiados pelo Criança Esperança, que relatam sua atuação em defesa da infância e da juventude.


Rancho de Amor a Ilha

Zenaide e a Receita da Tainha no Feijão

Um Pedacinho de Terra Perdido no Mar ...